GEPE - Grupos de Entreajuda na Procura de Emprego

 

Fundação Montepio Câmara Municipal de Lisboa IPAV

"O que é que perdemos, ao certo, quando perdemos um emprego?"

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De início, nada. Com o passar do tempo, tudo: a motivação, a auto estima, o brio pessoal, a esperança… E com a esperança perde-se o resto.
Sobretudo para as pessoas mais velhas, não só, mas sobretudo para essas, a carga de preocupações, que de início é pesada, vai aliviando a poder de uma certa apatia, de uma quase rendição, de imposta desistência.


Imagine-se alguém que trabalhou “N” tempo numa empresa e se habituou a vestir a camisola, tornando-se, para o bem e para o mal, o “Fulano” da empresa “X”. Como redefinir essa identidade? Principalmente aprendendo a não dar nada como certo, aceitando que tudo passa, mas também compreendendo que não passa sozinho. Nos grupos essa compreensão advém do outro; o outro que, por sua vez, reflete quem o olha, sem julgamentos nem cobranças… E assim renasce a motivação e o empenho para vestir uma nova camisola, a camisola do “Eu”. Conhecendo todas as alternativas para a procura ativa de emprego e, munido de novas ferramentas, não pretende desistir enquanto não conseguir, de novo, voltar ao ativo. Se não o fizer por si, fá-lo-á pelo tal “outro”. Tal acontece independentemente da idade ou da experiência profissional de cada um, porque o “outro” também conta. E é esta a magia dos GEPE.
Ser animadora de um Grupo de Entreajuda na Procura de Emprego tem sido uma verdadeira fonte de aprendizagem para mim. Através destes encontros semanais de pessoas desempregadas reeduquei o meu olhar sobre o papel social de cada um de nós e aprendi a encontrar soluções onde antes só via problemas, mas, acima de tudo, aprendi a saber esperar. Sim, porque é possível mudar o mundo, mas mudar o mundo leva tempo e ninguém muda o mundo sozinho. Ou só muda um bocadinho. “Juntos, vamos mais longe!”.
Tal como eu, tenho verificado que todos os participantes saem a ganhar, quando não um emprego, pelo menos uns quantos pares de olhos e ouvidos, atentos ao seu problema. E quando se olha e se ouve assim o outro, com o mesmo interesse com que se gostaria de ser olhado e ouvido, acaba-se por aprender a relativizar.
Por força do espírito de entreajuda, uma pessoa acaba por se ajudar a si mesma.
Obrigada, GEPE!

Ana Leandro

 

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