A participação no GEPE foi extremamente importante na fase em que deixei o trabalho que tive durante cerca de 17 anos, após ter decidido fazer uma mudança profissional profunda. Nesse momento de transição foi excelente ter um grupo com quem partilhar, debater, trocar ideias e encontrar apoio.
As reuniões no GEPE do Campo Grande (Lisboa), onde estive entre Outubro de 2012 e Junho de 2013, foram momentos que me ajudaram no processo de transição profissional. As conversas abertas e francas, as sugestões e as dúvidas partilhadas contribuíram para clarificar o meu novo percurso. O período de desemprego acarreta, creio eu, alguma desorientação e o GEPE foi como um pequeno porto de abrigo.
O estabelecimento de novos contactos foi outro dos pontos importantes. Conhecer pessoas com outras ideias é algo muito enriquecedor e que nos ajuda a ver as coisas numa perspectiva que não havíamos equacionado antes.
O GEPE ajudou-me, ainda, a criar compromissos: a partilha perante o grupo compromete-nos e faz-nos sentir responsáveis por avançar. É que apesar do apoio que encontramos há passos que dependem apenas de nós próprios.
Um pouco da minha história…
Trabalhei quase sempre no sector não lucrativo, em projectos de âmbito social na área dos refugiados e imigrantes. À beira dos 40 anos resolvi fazer uma mudança profunda, também com o objectivo de melhor conciliar a minha vida familiar e profissional.
A ideia de me dedicar à doçaria e pastelaria rapidamente tomou forma: afinal desde que me lembro de existir que a cozinha exerce um enorme fascínio, sobretudo quando os produtos finais são doces.
Desta forma alicercei um novo projecto profissional num hobby antigo. Resolvi, contudo, incorporar preocupações de carácter ambiental e social, criando um conceito diferente, em que a selecção dos ingredientes é um factor fundamental.
A marca Culinarium Lisboa nasceu em Fevereiro de 2012 e desde aí que me dedico à construção deste projecto. Já há alguns meses que resido na Alemanha e agora é cá que trabalho na sua viabilidade, dividindo o meu tempo entre o forno e o fogão e a procura de locais de comercialização. Os resultados são ainda invisíveis mas, tratando-se de um projecto profissional de longo prazo, tenho que ser perseverante e aceitar que há muitos erros a cometer e vias a explorar até conseguir a sustentabilidade pretendida. Esta foi outra aprendizagem que ganhei no GEPE, e que, mesmo em águas agitadas, muito me tem ajudado a manter o rumo.
Bárbara Mesquita
